I Encontro Mineiro sobre Atendimento ao Escolar em Tratamento de Saúde aconteceu em Belo Horizonte
A Fundação Sara Albuquerque Costa, que ampara crianças e adolescentes com câncer, realizou, nesta quarta-feira, o I Encontro Mineiro sobre Atendimento ao Escolar em Tratamento de Saúde na Academia Mineira de Letras.
Mais de 90 pessoas de vários municípios de Minas Gerais e de outros estados, da área da pedagogia e da saúde, participaram do Encontro para conhecimento da necessidade de garantir o direito da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente de que Educação é para Todos.
“Sonhamos 17 anos em realizar esse evento e queremos que hoje alternativas saiam como possibilidades reais de concretizar esse direito, pois queremos escrever uma nova história e novas páginas do atendimento ao escolar em tratamento em nosso estado”, disse o presidente da Fundação Sara, Álvaro Gaspar Costa.
A abertura do evento contou com a apresentação do coral infantil “Artistas da Paz”, viabilizado pela parceria da Fundação Guimarães Rosa e Sociedade Cruz de Malta. Logo em seguida a representante do Governo de Minas, Cláudia Ocelli Costa, superintendente do Ensino Médio da Secretaria Estadual de Educação, falou sobre a importância do evento e a mobilização do Estado para garantir acesso a educação a todos, depois a abertura encerrou com a palestra do presidente da Fundação Sara, Álvaro Costa. Três palestras ainda marcaram o evento: Dra. Eneida Simões, PhD em desenvolvimento e educação de crianças hospitalizadas; Dra. Léa Albertoni, sobre inclusão escolar de alunos com doenças crônicas, e Dra. Eliana Cavacami, oncologista pediátrica e coordenadora do CESAC – Centro de Estudo e Pesquisa Sara Albuquerque Costa. O Encontro apresentou ainda três experiências de aprendizado a pacientes infantojuvenis em tratamento de Janaúba, Montes Claros e do grupo dos professores das classes hospitalares do Brasil.
Além das discussões, o Encontro Mineiro lançou a Cartilha: “A escola e o aluno com câncer – Mais que um direito, o conhecimento é instrumento de cura”, que relata benefícios de oferecer atendimento ao escolar. O encerramento aconteceu com a discussão sobre o tema do Encontro viabilizando propostas de convênios, políticas públicas e outras ações complementares para garantir o direito da Constituição Brasileira.
A psicóloga da CAPE – Casa de Acolhida Padre Eustáquio, que também ampara crianças e adolescentes com câncer, Paola Medina, se encantou com o evento, e enfatiza a necessidade da prática acontecer para as crianças e adolescentes em tratamento. “as palestras foram excelentes e o que me encanta mesmo é a proposta que tanto falta na prática porque vivenciamos os meninos tanto tempo longe da sala de aula e o quanto isso é prejudicial, não só no momento que eles vão retornar, mas no momento que estão em tratamento. Eles se sentem excluídos de um direito que é deles, independente de estarem doentes ou não”, sonha com essa realidade a psicóloga.
Outra psicóloga, Rebeca Martins, de Montes Claros, veio para o Encontro com a expectativa de mais aprendizado e sente que tem um desafio no retorno “quando a gente tem consciência do papel que desempenhamos, voltamos com mais força para aplicar e fazer com que a realidade mude e acrescentar esse conhecimento na vivência dos que acompanhamos”, assume.
Para a idealizadora do evento, Flávia Moreno, coordenadora pedagógica da Escola Viva da Fundação Sara em Belo Horizonte, é um sonho sendo realizado reunir todos os profissionais que preocupam com a educação do público infantojuvenil em tratamento. “Esperamos colher muitos frutos depois desse Encontro”, comemora a pedagoga.