Heitor com os pais, Maria Iolanda e Victor.
Setembro, outubro e novembro são meses de conscientização sobre o câncer infantojuvenil, de mama e de próstata.
Diferente do Outubro Rosa e do Novembro Azul, o Setembro Dourado é uma campanha ainda pouco conhecida. Para colocar o tema em destaque, é fundamental o apoio a iniciativas de entidades, como a Fundação Sara Albuquerque, e da CONIACC- Confederação Nacional das Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer .
As três campanhas tem um objetivo comum: promover ações de incentivo ao diagnóstico precoce que, no caso do câncer infantojuvenil, se aliado a um tratamento de qualidade, contribui para que as chances de cura ultrapassem 80%, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Um dado animador quando estamos diante da principal causa de morte por doença na faixa etária entre 01 e 19 no Brasil.
A importância do diagnóstico precoce
O pequeno Heitor é um dos nossos assistidos que teve diagnóstico rápido, graças ao olhar atento da mãe, Maria Iolanda, e da família. Ela conta que, em novembro de 2018, quando ele tinha apenas 11 meses, surgiram caroços na virilha dele. Imediatamente, ela o levou ao médico, que avaliou e orientou que, se dentro de um mês não diminuíssem de tamanho, iria solicitar uma biópsia.
Além dos caroços não reduzirem, depois de 15 dias Heitor teve febre muito alta e surgiu um enorme caroço no pescoço.
“Procuramos imediatamente o atendimento médico. Foi constatada uma otite. Felizmente, além de medicar, foram solicitados exames de sangue. Os exames estavam muito alterados, por isso o Heitor foi encaminhado para o hospital com suspeita de leucemia”, relata a mãe.
No hospital, repetiram os exames e os resultados foram ainda piores. Então, o pequeno Heitor foi internado para que pudessem investigar melhor. “Ele precisou passar por transfusão, fez tomografia e outros exames, tomou antibiótico e após nove dias de internação foi confirmado o tipo de câncer dele: Histiocitose de Células de Langerhans, esclarece Maria Iolanda.
A mãe relembra que, desde os sete meses de idade, o Heitor já vinha adoecendo muito.
“Ele tinha infecção de ouvido com muita frequência, lesões na pele, febre constante, assaduras que não saravam… e eu sempre levava ele ao médico e fazia o tratamento direitinho, mas tudo voltava de novo. Graças a Deus, agora tudo está dando certo. O tratamento está mostrando bons resultados e ele vai vencer”.
De acordo com a oncopediatra, Dra. Sabrina Eleutério, sintomas que persistem precisam ser investigados, pois é um sinal de alerta de que pode ser uma doença grave, inclusive câncer.
Heitor com a mãe, Maria Iolanda.
Juntos contra o câncer
Diferente do câncer na infância e na adolescência, o câncer em adultos está fortemente ligado à herança genética ou à exposição a fatores de risco, como sedentarismo, maus hábitos alimentares, exposição solar e outros.
A Aurelina é um exemplo de histórico familiar de câncer. No período em que ela acompanhava o tratamento do pai, percebeu que algo nela não estava normal – algumas deformações na mama. De acordo com a oncologista clínica da Santa Casa de Montes Claros, Juliana Cardoso, esse é um dos sinais do câncer de mama – inversão do mamilo, vermelhidão na pele da mama e a saída de secreção pelo mamilo – além de nódulos — na maioria das vezes indolor — nas próprias mamas ou nas axilas.
Aurelina luta contra o câncer, assim como seu pai e seu filho.
Preocupada, Aurelina procurou atendimento médico e foi submetida a alguns exames. Como não havia muita precisão no resultado, foi feita uma biópsia e veio a confirmação: câncer de mama. Meses após o início do tratamento, a mama precisou ser retirada.
“Foi um choque para mim passar de cuidadora a paciente”, diz.
Descoberta do câncer infantojuvenil
Em julho de 2019, um mês após a retirada da mama, mais um diagnóstico veio à tona e, novamente, desestruturou a família da Aurelina. Algumas manchas surgiram na pele do filho Deivid Gabriel, de nove anos. Nos cinco dias seguintes, vários outros sintomas foram aparecendo nele: dores no corpo, pele amarelada, falta de apetite, perda de peso, e, por último, sangramento intenso pelo nariz.
Após a realização de alguns exames, veio o diagnosticado: leucemia. Segundo a mãe, assim como o diagnóstico, o início do tratamento foi rápido. Atualmente Deivid está em tratamento na Santa Casa de Montes Claros.
Força e superação
Com baixa imunidade, não é recomendável que a Aurelina acompanhe o filho nas internações, por isso, a missão fica para o pai, enquanto ela cuida do caçula, de cinco, anos em casa.
A família se apoia um no outro para seguir em frente.
“A gente está levando. Deus no controle, né? Só assim para continuar. Muita coisa já deu certo. O importante é acreditar que tudo vai passar. A gente conta com o apoio da Fundação Sara, da igreja, dos vizinhos, parentes e amigos. Se não fosse assim não teríamos conseguido ir tão longe”, diz.
Você sabia?
Desde 2008 a Fundação Sara Albuquerque atua com capacitações e palestras sobre câncer infantojuvenil através do Programa Conhecimentos que Curam.
Nesse período, mais de 13 mil profissionais da saúde – médicos, enfermeiros, dentistas, técnicos e agentes de saúde – e público em geral de 58 municípios já participaram de palestras e capacitações.
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