O câncer é a principal causa de morte por doença no mundo entre crianças e adolescentes.
Desde 2002, organizações não governamentais instituíram 15 de fevereiro o Dia Internacional da Luta Contra o Câncer Infantil, que tem como objetivo despertar a conscientização da população sobre a doença, principal causa de morte entre crianças e adolescentes em todo o mundo. Aproximadamente 400.000 pessoas com idade de 0 a 19 anos são diagnosticadas com câncer em todo o mundo a cada ano, segundo a Sociedade Internacional de Oncologia Pediátrica
Diferente do câncer em adultos, o câncer infantojuvenil não costuma estar relacionado a fatores externos como, por exemplo, sedentarismo e tabagismo, por isso, não há como prevenir. No entanto, com diagnóstico precoce e tratamento efetivo, as chances de cura chegam a 80%. Uma guerreirinha que está na batalha para estar entre essa maioria é a Melissa, de cinco anos.
Sinais e Sintomas do Câncer Infantojuvenil
No início de 2020 a Melissa começou a sentir dores nas pernas, depois na barriga, na cabeça. A mãe, Socorro Rodrigues, achou que fosse coisas da idade e do crescimento da filha. No entanto, como não passava, ela procurou o atendimento médico do posto de saúde da cidade, Bonito de Minas, que reforçou o que ela imaginava: a dor nas pernas poderia estar associada ao crescimento, e a dor na barriga poderia ser gazes.
A oncopediatra da Fundação Sara, Dra. Sabrina Eleutério, explica que como os sinais e sintomas do câncer Infantojuvenil são semelhantes aos de outras doenças da idade, é comum confundir. Para se chegar ao diagnóstico, o acompanhamento da evolução dos sinais e sintomas e o olhar atento dos responsáveis fazem toda a diferença. Foi o que aconteceu no caso da Melissa. “Ficamos indo ao posto de saúde por uns quatro meses e nada de diagnóstico. Outros sintomas surgiram, como manchas roxas nas pernas e sangramento pelo nariz. Chegou a um ponto que eu comecei a não me conformar mais com o que estava acontecendo. Foi então que eu pedi ao médico que tivesse misericórdia de Melissa e pedisse uma ultrassonografia”, desabafa a mãe.
Na ultrassonográfica foi detectado um tumor. Melissa foi encaminhada para Montes Claros, onde passou por cirurgia. Depois de 12 dias, a biopsia confirmou o diagnóstico: Linfoma de Burkitt, tipo de câncer do sistema linfático que afeta os linfócitos, células de defesa do corpo. “Perdi o chão, mas ao mesmo tempo tinha um certo alívio em saber o diagnóstico para fazer o tratamento certo. Como eu tenho outro filho, que na época estava com um aninho, a gente acabou se mudando para Montes Claros para não separar nossa família”, explica Socorro.